Droga, acabei de perder o sono...
Pois é 01:10 do dia 17/05/2010 e eu na frente do pc porque perdi o sono.
Havia esquecido de que esse quarto é meu.
De que apesar de ter passado 10 meses longe, tudo era meu e estava tudo no mesmo lugar.
Encontrei um vídeo da época que namorava, lembrei que tinha um cd de backup que fiz
antes de viajar. Fui procurar o tal cd e não encontrei. Na busca pelo tal cd revirei
todas as gavetas que ainda não tinha visto já que não sei porque não me sentia bem
para mexer nas minhas próprias gavetas.
Comecei pela da escrivaninha, fui para as da cômoda, enfim para as do criado-mudo,
e... surpresa, encontrei uma das minhas agendas mais antigas, cheia de papel de
chocolate colado e poesias, desenhos, fotos etc. Falando em fotos encontrei álbuns,
fotografias de quando era bebê, viagens, livros de poesias, tinha esquecido que tinha
tantos livros.
Encontrei uma caixinha pequena de boneca, e no fundo dela tinha um livrinho e dentro dele
a chave. Quando vi a chave, olhei no mesmo instante para a estante (até rimou rs), e vi
'a caixa', a minha caixa de lembranças. Nossa! Não havia sido aberta à quase 1 ano, também
não sei se foi bom tê-la aberto.
Encontrei outras agendas mais recentes, fotos, cartas (muitas por sinal), papel de chocolate,
guardanapos com datas e frases, minhas pedras *-*, não resisti, comecei a ler as agendas,
estou impressionada até agora. Ah, como eu escrevia bem hauhauhauhauhua, como eu escrevia tudo, como eu tinha planos 'diferentes', como eu mudei, como as pessoas mudaram, como eu falava detalhes de cada dia que vivi, como eu descrevia as atitudes das pessoas ao meu redor e as minhas, como eu planejava um futuro perto de casa, com pessoas daqui, como o meu namoro era perfeito e desastroso ao mesmo tempo, como tudo foi se desgastando, como fui me enchendo, como eu era tão revoltada comigo mesmo. Tão revoltada que tinha escrito em 23/08/07 ''Sou um ser repugnante, dotado de todas as piores coisas, piores sentimentos que existem no mundo...''
Como eu absorvia tudo o que eu supunha que as pessoas pensavam à meu respeito.
Em todas as agendas continham reclamações do meu pai (nunca entendi porque ele nunca se importou comigo e continuo não entendendo).
Percebi o quanto era difícil resolver tudo, o quanto era (e ainda sou) inocente em meus sentimentos.
Sendo que antes agia mais com a emoção (hoje bem menos).
Percebi que sempre acreditei muito nas pessoas e por esse motivo, acabava sempre me machucando muito mais.
Nesse momento não tenho mais o controle de nada. Não sei o que fazer, não sei que rumo dar pra minha vida.
A curiosidade pelas fotos me trouxe apenas um passado que parece insistir em não ser passado.
E , no fim nem encontrei o tal cd de 'Arquivos', deve ter ficado em São Paulo.
Me peguei a pensar, como as pessoas mudam, o que será que realmente me levou a viajar 2.750km da minha
casa rumo ao desconhecido? Sonhos? Curiosidade? Quis fugir ? Mas, de que?
Por qual motivo diversas pessoas entraram na minha vida?! Porque me marcaram tanto?! E eu, será que marquei a vida de alguma?! Porque voltei agora?!
Definitivamente, o problema nunca esteve nos outros e sim em mim.
Como pode em uma única pessoa conter tantos sentimentos diferentes (e tão confusos)?
O Charles têm razão, acho que sempre vou ser uma 'aborrecente em conflito'. Se eu tivesse crescido talvez eu tivesse visto algo mais no espelho (como o Gui falou).
Engraçado como as pessoas ainda conseguem me atingir e me machucar, como conseguem me envolver.
Sempre tenho a sensação de que as pessoas de São Paulo se preocupavam mais comigo do que as daqui.
Como sou boba. Como consigo escrever tanto em tão pouco tempo e no calor, ouvindo mil vezes a mesma música...
