segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lixo e Purpurina

Londres, 28 de janeiro de 1974


Hoje é dia de mudar de casa, de rua, de vida. As malas sufocam os corredores. Pelo chão restam plumas amassadas, restos de purpurina, frangalhos de echarpes indianas roubadas, pontas de cigarro (Players Number Six, o mais barato). Chico toca violão e canta London, London: no, nowhere to go. Poucos ainda sorriem e olham nos olhos. Hoje é dia, mais uma vez, de mudar de casa e de vida. Os olhos buscam signos, avisos, o coração resiste (até quando?) e o rosto se banha de estrelas dormidas de ontem, estrelas vagabundas encontradas pelas latas de lixo abundantes de London, London, Babylon City. Alguém pergunta: “O que é que se diz quando se está precisando morrer?” Eu não digo nada, é a minha resposta. Sento no chão e contemplo os escombros de Sodoma e Gomorra: brava Bravington Road, bye, bye.

Amanhã é dia de nascer de novo. Para outra morte. Hoje é dia de esperar que o verde deste quase fim de inverno aqueça os parques gelados, as ruas vazias, as mentes exaustas de bad trips. Hoje é dia de não tentar compreender absolutamente nada, não lançar âncoras para o futuro. Estamos encalhados sobre estas malas e tapetes com nossos vinte anos de amor desperdiçado, longe do país que não nos quis. Mas amanhã será quem sabe o acerto de contas e Jesuzinho nos pagará todas as dívidas? Só que já não sei se ainda acredito nele. Tão completamente sento e espero que quase acredito ir além deste estar sentado no meio de escombros, here and now esperando Zé chegar com a noticia de que conseguiu a casa graças aos poderes de Jack na região de Victoria, Pimlico. Só espero, não penso nada. Tento me concentrar numa daquelas sensações antigas como alegria ou fé ou esperança. Mas só fico aqui parado, sem sentir nada, sem pedir nada, sem querer nada.
As crianças sujas e ranhentas da casa ao lado vêm perguntar se somos ciganos: are you gipsies? Sylvia mente que sim —from Yugoslavia, diz, agita no ar o pandeirinho com fitas e finge dançar e ler as linhas das mãos das crianças. Gosto tanto desse jeito que Sylvia tem de aliviar as coisas. Meu coração vai batendo devagar como uma borboleta suja sobre este jardim de trapos esgarçados em cujas malhas se prendem e se perdem os restos coloridos da vida que se leva. Vida? Bem, seja lá o que for isto que temos...


Caio F. Abreu

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mudança de planos!


Quando a realidade não funciona mais é hora de colocar todos os seus sonhos dentro da mala e ir de “planos e cuia” em busca de conforto pra alma. Quando seu espaço fica pequeno para tantos desejos e a rotina começa a te apertar, pode se preparar pra colocar o pé na estrada.

É difícil aceitar, mas muitas moradias que construímos ou mesmo residimos ao longo da vida serão temporárias. Nossos planos são nômades e tem vontade própria, mudam de idéia a todo instante. Uma hora felizes em um canto, minutos depois inquietos e prontos pra partir.

Quando isso acontece, mais do que força para abandonar a antiga casa, é preciso coragem para enfrentar uma viagem desconhecida rumo ao novo.

É verdade, levar nossos ideais para morar em outro lugar pode ser assustador.
Mas também pode ser delicioso. Se essa viagem de recomeço tiver como guia nossa própria vontade.


Fernanda Gaona *--*  

"Tenho medo de já ter perdido muito tempo. Tenho medo que seja cada vez mais difícil. Tenho medo de endurecer, de me fechar, de me encarapaçar dentro de uma solidão - escudo." CFA

Em poucos dias, será o início de um novo ciclo, uma nova vida! Tudo será totalmente diferente do planejado, outra vida pessoal, outra vida profissional, outras perspectivas, outros lugares. Ansiedade sem fim.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O que me faz feliz é leve!


Eu gosto de quem facilita as coisas. De quem aponta caminhos ao invés de propor emboscadas. Eu sou feliz ao lado de pessoas que vivem sem códigos, que estão disponíveis sem exigir que você decifre nada. O que me faz feliz é leve e, mesmo que o tempo leve, continua dentro de mim.


Eu quero andar de mãos dadas com quem sabe que entrelaçar os dedos é mais do que um simples ato que mantém mãos unidas. É uma forma de trocar energia, de dizer: você não se enganou, eu estou aqui. Porque por mais que os obstáculos nos desafiem, o que realmente permanece costuma vir de quem não tem medo de ficar.




Fernanda Gaona






sexta-feira, 8 de julho de 2011




Seu sorriso é o que preciso e quanto ao resto, eu juro tanto faz..' ♪♫

Querer é fazer!

E a gente pode DEVE ser maior. Basta que a gente queira. E querer não é poder, como as pessoas dizem por aí. QUERER E FAZER. E fazer não é nada fácil. Existem momentos na vida em que a gente precisa ser mais forte do que acha que pode, mais inteligente do que acha que é e mais nobre do que acha que consegue. E como é que a gente consegue? Querendo. E quando a gente quer demais uma coisa, a gente é capaz de feitos que a nossa mente nem consegue conceber. A gente mata um leão por dia. A gente acaba esquecendo das poças d’água, canalizando toda a nossa força para o embate inevitável com os predadores que a vida coloca na nossa frente. E são muitos.
Os sonhos são objetivos que a gente re-batiza desse jeito apenas para que pareçam inatingíveis. E o nosso salto pode ser do tamanho que a gente conseguir imaginar. Basta que a gente perca o medo de molhar os pés.


Lucas Silveira

Do que sobrou...



Eu sou um acidente de trânsito humano , e todo mundo esta reduzindo a velocidade para ver os destroços , e eu estou fazendo o melhor que posso com o que sobrou.


Grey's Anatomy

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Se sobrou espaço no coração é pra amar melhor.



Decidi que o amanhã sou eu que faço. Não me despedaço, nem viro farelo não. Porque se sobrou espaço no coração é pra amar melhor, decidir com sabedoria daqui pra frente quem é que vai entrar e quem tem que sair. E das levezas, meu amor, eu quero todas. Cansei de gente pesada que traz chumbo pra vida da gente.

Cris Carvalho

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dessa vez

É bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer
É bom olhar pra frente, é bom nunca é igual
Olhar, beijar e ouvir, cantar um novo dia nascendo
É bom e é tão diferente
Eu não vou chorar, você não vai chorar
Você pode entender que eu não vou mais te ver
Por enquanto, sorria e saiba o que eu sei eu te amo
É bom se apaixonar, ficar feliz, te ver feliz me faz bem
Foi bom se apaixonar, foi bom, e é bom, e o que será?
Por pensar demais eu preferi não pensar demais
dessa vez..
Foi tão bom e porque será
Eu não vou chorar, você não vai chorar
Ninguém precisa chorar mas eu só posso te dizer
Por enquanto, que nessa linda estória os diabos são anjos
Nando Reis

sábado, 2 de julho de 2011

E se eu mudasse meu destino num passe de mágica?



(...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado.


Caio F. Abreu